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quinta-feira, 24 de março de 2011

Considerações de um dos coordenadores pedagógicos da Secretaria Municipal de Educação de Santo Antônio do Descoberto-GO acerca de Formação Continuada.

No município de Santo Antônio do Descoberto dispomos de várias políticas educacionais que fazem do nosso processo de aprendizagem um referencial de desenvolvimento prático em nossa qualidade de ensino.
Destacamos o desenvolvimento do CACS – Conselho de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEB e o CAE – Conselho de Alimentação Escolar que são conselhos atuantes dentro de nossa sociedade e destacados pelo trabalho que desenvolvem no município no que se refere à fiscalização.
Dentre todos os outros programas de governo existentes, funciona ainda em nosso município o Gestar II, Pró-letramento, Proinfantil, Progestão, Proformação, Profuncionário, Formação pela Escola, Provinha Brasil, Prova Brasil, SAEB, PDE-Escola. Todos eles contam com a participação de professores e funcionários de todas as Instituições de ensino do município e de técnicos da secretaria municipal de educação.
Com o desenvolvimento desses programas, nas escolas, encontramos ainda dificuldades enfrentadas pelos gestores quanto à aplicação destes na aprendizagem dos alunos. Libâneo diz: nas escolas e nas salas de aula, é que as coisas realmente acontecem, é lá que sabemos o que os alunos aprendem como aprendem e o que fazem com o que aprendem. (LIBÂNEO, Revista HISTEDBR pág. 169).
Hoje na escola em que atuo na coordenação pedagógica, vejo as dificuldades que os professores enfrentam no que diz respeito à leitura, escrita e resolução de problemas simples. Para tentar mudar esse foco foi que os professores de Língua Portuguesa e Matemática resolveram participar do Gestar II – Programa Gestão da Aprendizagem Escolar destinado para a formação continuada de professores dos anos/séries finais do ensino fundamental oferecido pelo Ministério da Educação e Secretaria Municipal de Educação.
Para início de implantação do programa foram feitas avaliações diagnóstica nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática com todos os alunos do 6º ao 9º ano matriculados na escola, para a partir daí enfocar o trabalho que será realizado pelos formadores durante a formação dos professores no decorrer do curso.
A formação deverá ser em serviço e para isso, o professor tem seu dia de coordenação e/ou o de folga para participar do curso. Atualmente temos duas turmas de professores de Língua Portuguesa acontecendo uma na terça-feira pela manhã e outra a noite e duas turmas de Matemática uma na quarta-feira pela manhã e outra a noite. Em nossa escola, a Escola Municipal de Ensino Fundamental Virgílio Medeiros, está com uma participação de 80% dos professores das duas disciplinas e mais um coordenador da escola.
Ainda não temos dados relativos a respeito da aplicação do teste diagnóstico, mas já deu como iniciado a formação dos professores. Nossa preocupação agora é saber se o professor irá aplicar o seu aprendizado na sala de aula, já que ele terá que relacionar suas atividades do curso com aquilo que o aluno está desenvolvendo dentro de sala de aula já que o foco do programa é a atualização dos saberes profissionais por meio de subsídios e do acompanhamento da ação do professor no próprio local de trabalho.
O programa tem como base os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa e Matemática dos alunos de 6º ao 9º ano do ensino fundamental com a finalidade de elevar a competência dos professores e de seus alunos e, consequentemente, melhorar a capacidade de compreensão e intervenção sobre a realidade sócio-cultural.
Os objetivos do programa Gestar II é:
• Colaborar para a melhoria do processo ensino-aprendizagem dos alunos nas áreas temáticas de Língua Portuguesa e Matemática;
• Contribuir para o aperfeiçoamento da autonomia do professor na sua prática pedagógica;
• Permitir ao professor o desenvolvimento de um trabalho com base em habilidades e competências.
A modalidade do programa é semipresencial de formação continuada, podendo ser feita durante a coordenação do professor ou dia de folga determinados pela coordenação da escola em que ele atua.
De acordo com a Lei Municipal nº 838, de 07 de abril de 2010 em seu art. 8º - é garantido aos servidores integrantes do magistério municipal o incentivo à qualificação profissional, através de cursos de formação, aperfeiçoamento ou especialização, em instituições credenciadas e reconhecidas pelo MEC, observando-se as diretrizes, necessidades e prioridades da educação municipal.
No Art. 9º e § 3º da mesma lei fala que a jornada de 40 horas-aula semanais compreende 28 horas-aula em regência de classe e 12 horas-aula destinadas a atividades de coordenação pedagógica na escola ou de freqüência obrigatória em cursos de formação continuada, para exercício do magistério nas séries finais do Ensino Fundamental, do 6º ao 9º ano.
Durante todo esse processo de início da participação dos professores da escola no Gestar II, vimos à necessidade de comunicarmos aos pais e alunos o objetivo do programa na escola e qual seria o objetivo principal de nosso trabalho. Marcamos reunião com os pais e falamos da aplicação da avaliação diagnóstica e qual seria seu objetivo. Todos acharam excelente a vinda do programa para a escola, mas ficaram preocupados se realmente os professores assumiriam o compromisso com os alunos de desempenharem o trabalho aprendido no curso, no desenrolar do processo ensino-aprendizagem. O gestor e os coordenadores da escola e os formadores garantiram que a participação ativamente dos pais na escola, facilitaria o desenvolvimento do programa e a participação mais ainda dos alunos em sala de aula para que de qualquer forma sua participação, dos pais, na cobrança do trabalho do professor em sala diminuiria a falta deles que é constante durante o período letivo, deixando assim, a maioria das vezes, o aluno sem aula prejudicando o andamento da escola e o desenvolvimento da aprendizagem do aluno.
Quando Libâneo enfoca fatores externos condicionantes das políticas educacionais eu destaco quando ele diz que a “educação e o ensino no Brasil continuam se prestando muito mais a clientelismo, a troca de favores eleitorais, ao jogo de interesses, do que ao efetivo desenvolvimento social e cultural” (Pag. 170).
É o que vemos em nossa escola, pois alguns professores costumam faltar ao trabalho e por terem afinidade com alguns políticos da cidade, os procuram para que os mesmos interfiram junto ao Secretário de Educação, a justificativa de suas faltas. É constante esse tipo de manifestação por parte de nossos profissionais em educação.
Ainda falando de fatores condicionantes das políticas educacionais destacados por Libâneo, vejo como fator interno, “os resultados precários na aprendizagem dos alunos; indefinições curriculares e dificuldades de gestão curricular, bem como a fragilidade das formas de organização e gestão da escola; insuficiente preparação profissional dos professores e “tecnicização” da atividade docente, aligeiramento dos cursos de formação, fracasso dos cursos de formação de professores das séries iniciais.” (Pág. 171). E como ele fala ainda na página 172 “após 12 anos dessa política curricular, o que sabemos é que alunos continuam saindo do ensino fundamental semi-escolarizados, ampliando a exclusão escolar e social.” É o que acontece aqui em nossa escola. Nada se entende, pois nossos alunos têm livros didáticos, a maioria dos professores são qualificados e lecionam a disciplina de acordo com sua formação, temos biblioteca, quadra esportiva, laboratório de informática e aulas de reforço e apesar de todos esses parâmetros ainda temos um resultado pouco satisfatório na qualidade de ensino em nossa escola.



Gustavo Araújo de Melo

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